Inovação Radical
Donald
Norman, um guru para mim desde o início da faculdade, escreveu um excelente
artigo contrapondo inovação radical x inovação incremental (Incremental andRadical Innovation- Design Research versus Technology and Meaning Change, byDonald A. Norman and Roberto Verganti), sendo a primeira uma completa ruptura e
a segunda uma melhoria em algo que já existe.
É
sensacional o artigo (científico, alias) pois cita muitas referências e
exemplos de ambos os casos. Mas é também polêmico em alguns aspectos a meu ver:
- Qual é o ponto que define essa “ruptura” para que uma inovação seja considerada radical?
- Se uma inovação radical de fato independe de metodologias de pesquisa e quiçá até de pesquisa do que existe, seria apenas um “insight”? Zuckerberg teria mesmo criado o Facebook sem toda sua vivência (e conversas) dentro do ambiente fervilhante universitário?
- O Wii da Nintendo seria mesmo uma inovação radical? Se sim, por que as plataformas multitoques da Apple não?
Considerar
a inovação radical uma atribuição do design talvez seja uma carga um pouco
pesada. Por outro lado pensar design centrado no usuário como uma forma de
mudar o significado das coisas (mudar a pergunta, como diria Tim Brown) parece
o caminho da inovação. Principalmente se entendermos esse foco no usuário como
um entendimento/conhecimento da situação e contexto, de aspectos culturais,
tecnológicos, comportamentais e estéticos, até.
Uma coisa é
fato: inovação radical ou disruptiva não é uma questão de criatividade pura e
simplesmente. Nenhuma ideia genial brota sem alguns parâmetros (ou nós de
informações) para a concepção de uma solução. Ainda que essa solução seja para
um problema que sequer sabíamos existir.
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